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Os Três Reinos – Os minerais e as plantas

22 out

Os Três Reinos.

 

Salmos 90 : 2 – Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.

 

 

Livro : O Livro dos EspíritosParte Segunda – Capítulo 11- Os Três Reinos.

 

Os minerais e as plantas

585 Que pensais da divisão da natureza em três reinos, ou melhor, em duas classes: os seres orgânicos e os inorgânicos ?

Seres orgânicos são aqueles que têm vida e, por isso, um organismo.

– Os inorgânicos não possuem órgãos nem vida (N. E.).

 

Alguns fazem da espécie humana uma quarta classe.

 – Quarta classe: a do homem;

a terceira é a dos animais irracionais (N. E.).

 

Qual dessas divisões é preferível?

Todas são boas, dependendo do ponto de vista.

Sob o ponto de vista material, há apenas seres orgânicos e inorgânicos;

sob o ponto de vista moral há, evidentemente, quatro graus.

 

Esses quatro graus têm, de fato, características nítidas, ainda que seus limites pareçam se confundir.

 

A matéria inerte, que constitui o reino mineral, tem somente uma força mecânica.

 

As plantas, ainda que compostas de matéria inerte, são dotadas de vitalidade.

 

Os animais, compostos de matéria inerte e dotados de vitalidade, têm além disso uma espécie de inteligência instintiva, limitada, com a consciência de sua existência e de sua individualidade.

 

O homem, tendo tudo o que há nas plantas e nos animais, domina todas as outras classes por uma inteligência especial, sem limites fixados, que lhe dá a consciência de seu futuro, a percepção das coisas extra-materiais e o conhecimento de Deus.

 

586 As plantas têm consciência de sua existência?

Não; elas não pensam, têm apenas a vida orgânica.

 

587 As plantas têm sensações? Elas sofrem quando são mutiladas?

As plantas recebem impressões físicas que agem sobre a matéria, mas não têm percepções e, portanto, não têm a sensação da dor.

 

588 A força que atrai as plantas umas às outras é independente de sua vontade?

Sim, uma vez que não pensam.

É uma força mecânica da matéria agindo sobre a matéria;

elas não poderiam se opor a isso.

 

589 Algumas plantas, como a sensitiva e a dionéia, por exemplo, têm movimentos que demonstram uma grande sensibilidade e em alguns casos uma espécie de vontade.

A dionéia, cujos lóbulos capturam a mosca que nela pousa, parece preparar uma armadilha para matá-la.

Essas plantas são dotadas da faculdade de pensar?

Têm uma vontade e formam uma classe intermediária entre a natureza vegetal e a natureza animal?

São uma transição de uma para a outra?

Dionéia: planta carnívora própria de lugares úmidos (N. E.).

 

Tudo é uma transição na natureza, pelo próprio fato de que nada é semelhante e que, entretanto, tudo se liga.

As plantas não pensam e, por conseguinte, não têm vontade.

A ostra que se abre e todos os zoófitos não pensam: há neles apenas um instinto cego e natural.

Zoófito: espécie animal a qual pertencem os corais e as esponjas marinhas ou de água doce que têm formas semelhantes às das plantas (N. E.).

 

O organismo humano fornece exemplos de movimentos semelhantes sem a participação da vontade, como nas funções digestivas e circulatórias;

o piloro se contrai ao contato de alguns corpos para lhes impedir a passagem.

Piloro: orifício na parte inferior do estômago que o liga com o duodeno. Possui uma válvula que regula o bolo alimentar para o intestino e impede a volta de material do intestino para o estômago (N. E.).

Deve ocorrer o mesmo com a sensitiva, na qual os movimentos não implicam, de modo algum, a necessidade de uma percepção e ainda menos de uma vontade.

 

 

 

590 As plantas têm, como os animais, um instinto de conservação que as leva a procurar o que lhes pode ser útil e a fugir do que as pode prejudicar?

Sim, têm, pode-se dizer, uma espécie de instinto, isso dependendo da extensão que se dá a essa palavra; mas é um instinto puramente mecânico.

Quando, nas operações de química, vedes dois corpos se reunirem, é porque se ajustam, ou seja, há afinidade entre eles; mas não chamais isso de instinto.

 

591 Nos mundos superiores as plantas são, como os outros seres, de uma natureza mais perfeita?

Tudo é mais perfeito;

mas nesses mundos superiores as plantas são sempre plantas, os animais são sempre animais e os homens, sempre homens.

 

 

 

Livro : A GÊNESECapítulo XGÊNESE ORGÂNICA

 

Formação Primária dos Seres Vivos

 

Gênesis 1 : 5 – Chamou Deus à luz Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia.

 

Observação : Ao estudar a palavra DIA (através de strongs na Bíblia on line), consta que ela pode ser traduzida como uma divisão de tempo e período (geral).

Então, podemos entender que  o que foi traduzido como dias, são períodos, eras, como nos revela a Geologia.

 

Gênesis 1 : 9 – 12

Disse também Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez.

10  À porção seca chamou Deus Terra e ao ajuntamento das águas, Mares. E viu Deus que isso era bom.

11  E disse: Produza a terra relva, ervas que deem semente e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez.

12  A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom.

 

 

9. – Em sua origem, a Terra não continha essas matérias em combinação, mas, apenas, volatilizados, seus princípios constitutivos.

Quando as terras calcáreas e outras, tornadas pedrosas com o tempo, se lhe depositaram na superfície, aquelas matérias não existiam inteiramente formadas;

porém, no ar se encontravam, em estado gasoso, todas as substâncias primitivas.

 

Precipitadas por efeito do resfriamento, essas substâncias, sob o império de circunstâncias favoráveis, se combinaram, segundo o grau de suas afinidades moleculares .

Foi então que se formaram as diversas variedades de carbonatos, de sulfatos, etc., a princípio em dissolução nas águas, depositadas, depois, na superfície do solo.

 

Suponhamos que, por uma causa qualquer, a Terra voltasse ao estado primitivo de incandescência: tudo se decomporia; os elementos se separariam; todas as substâncias fusíveis se fundiriam; todas as que são volatilizáveis se volatilizariam.

Depois, outro resfriamento determinaria nova precipitação e de novo se formariam as antigas combinações.

 

10. – Estas considerações provam quanto a Química era necessária para a inteligência da Gênese.

Antes de se conhecerem as leis da afinidade molecular, não era possível compreender-se a formação da Terra.

Esta ciência lançou grande luz sobre a questão, como o fizeram a Astronomia e a Geologia, doutros pontos de vista.

 

11. – Na formação dos corpos sólidos, um dos mais notáveis fenômenos é o da cristalização, que consiste na forma regular que assumem certas substâncias, ao passarem do estado líquido, ou gasoso, ao estado sólido.

 

Essa forma, que varia de acordo com a natureza da substância, é geralmente a de sólidos geométricos, tais como o prisma, o rombóide, o cubo, a pirâmide.

Toda gente conhece os cristais de açúcar cândi; os cristais de rocha, ou sílica cristalizada, são prismas de seis faces que terminam em pirâmide igualmente hexagonal.

 

O diamante é carbono puro, ou carvão cristalizado.

Os desenhos que no inverno se produzem sobre as vidraças são devidos à cristalização do vapor d’água durante a congelação, sob a forma de agulhas prismáticas.

 

A disposição regular dos cristais corresponde à forma particular das moléculas de cada corpo.

Essas partículas, para nós infinitamente pequenas, mas que não deixam por isso de ocupar um certo espaço, solicitadas umas para as outras pela atração molecular, se arrumam e justapõem segundo o exigem suas formas, de maneira a tomar cada uma o seu lugar em torno do núcleo ou primeiro centro de atração e a constituir um conjunto simétrico.

 

A cristalização só se opera em certas circunstâncias favoráveis, fora das quais ela não pode dar-se. São condições essenciais o grau da temperatura e o repouso absoluto.

 

Compreende-se que um calor muito forte, mantendo afastadas as moléculas, não lhes permitiria condensarem-se e que a agitação, impossibilitando-lhes um arranjo simétrico, não lhes consentiria formar senão uma massa confusa e irregular, donde o não haver cristalização propriamente dita.

 

 

12. – A lei que preside à formação dos minerais conduz naturalmente à formação dos corpos orgânicos.

A análise química mostra que todas as substâncias vegetais e animais são compostas dos mesmos elementos que os corpos inorgânicos.

Desses elementos, são o oxigênio, o hidrogênio, o azoto e o carbono os que desempenham papel principal. Os outros entram acessoriamente.

 

Como no reino mineral, a diferença de proporções na combinação dos referidos elementos produz todas as variedades de substâncias orgânicas e suas diversas propriedades, tais como: os músculos, os ossos, o sangue, a bílis, os nervos, a matéria cerebral, a gordura, nos animais;

a seiva, a madeira, as folhas, os frutos, as essências, os óleos, as resinas, etc., nos vegetais.

Assim, na formação dos animais e das plantas, nenhum corpo especial entra que igualmente não se encontre no reino mineral.

 

13. – Alguns exemplos comuns darão a compreender as transformações que se operam no reino orgânico, pela só modificação dos elementos constitutivos.

 

No suco da uva, não há vinho, nem álcool, mas apenas água e açúcar. Quando o suco fica maduro e são propícias as condições, produz-se nele um trabalho íntimo a que se dá o nome de fermentação.

 

Por esse trabalho, uma parte do açúcar se decompõe; o oxigênio, o hidrogênio e o carbono se separam e combinam nas proporções necessárias a produzir o álcool, de sorte que, em se bebendo suco de uva, não se bebe realmente álcool, pois que este ainda não existe.

 

Ele se forma das partes constituintes da água e do açúcar, sem que haja, em suma, uma molécula a mais ou a menos.

 

No pão e nos legumes que se comem, não há certamente carne, nem sangue, nem osso, nem bílis, nem matéria cerebral;

entretanto, esses mesmos alimentos, decompondo-se e recompondo-se pelo trabalho da digestão, produzem aquelas diferentes substâncias tão-só pela transmutação de seus elementos constitutivos.

 

Na semente de uma árvore, tampouco há madeiras, folhas, flores ou frutos e fora erro pueril crer-se que a árvore inteira, sob microscópica forma, ali se encontra.

Quase não há, sequer, na semente, oxigênio, hidrogênio e carbono em quantidade necessária a formar uma folha da árvore.

 

Ela contém um gérmen que desabrocha, em sendo favoráveis as condições. Esse gérmen se desenvolve por efeito dos sucos que haure da terra e dos gases que aspira do ar.

Tais sucos, que não são lenho, nem folhas, nem flores, nem frutos, infiltrando-se na planta, lhe formam a seiva, como nos animais formam o sangue.

 

Levada pela circulação a todas as partes do vegetal, a seiva, conforme o órgão a que vai ter e onde sofre uma elaboração especial, se transforma em lenho, folhas e frutos, como o sangue se transforma em carne, osso, bílis, etc.

Contudo, são sempre os mesmos elementos: oxigênio, hidrogênio, azoto e carbono, diversamente combinados.

 

14. – As diferentes combinações dos elementos, para formação das substâncias minerais, vegetais e animais, não podem, pois, operar-se, a não ser nos meios e em circunstâncias propícias;

fora dessas circunstâncias, os princípios elementares estão numa espécie de inércia.

 

Mas, desde que as circunstâncias se tornam favoráveis, começa um trabalho de elaboração;

as moléculas entram em movimento, agitam-se, atraem-se, aproximando-se e se separam em virtude da lei de afinidades e, por suas múltiplas combinações, compõem a infinita variedade das substâncias.

Desapareçam essas condições e o trabalho subitamente cessa, para recomeçar quando elas de novo se apresentarem.

 

É assim que a vegetação se ativa, enfraquece, pára e prossegue, sob a ação do calor, da luz, da umidade, do frio ou da seca;

que esta planta prospera, num clima ou num terreno, e se estiola ou perece noutros.

 

15. – O que diariamente se passa às nossas vistas pode colocar-nos na pista do que se passou na origem dos tempos, porquanto as leis da Natureza não variam.

 

Visto que são os mesmos os elementos constitutivos dos seres orgânicos e inorgânicos;

que os sabemos a formar incessantemente, em dadas circunstâncias, as pedras, as plantas e os frutos, podemos concluir daí que os corpos dos primeiros seres vivos se formaram, como as primeiras pedras, pela reunião das moléculas elementares, em virtude da lei de afinidade, à medida que as condições da vitalidade do globo foram propícias a esta ou àquela espécie.

 

A semelhança de forma e de cores, na reprodução dos indivíduos de cada espécie, pode comparar-se à semelhança de forma de cada espécie de cristal.

Justapondo-se, sob a ação da mesma lei, as moléculas produzem conjunto análogo.

 

Isaías 40 : 28 – Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga?

Não se pode esquadrinhar o seu entendimento.

 

Livro : Espiritismo e EcologiaAndré Trigueiro – Pág. 16 – 17

 

Espiritismo e Ecologia

 

O principal objetivo deste livro é demonstrar – com todas as limitações de que somos portadores para uma análise mais minuciosa e profunda deste tema – que Espiritismo e Ecologia são ciências afins, sinérgicas, e que sugerem abordagens sistêmicas da realidade, as quais ainda não foram devidamente compreendidas ou aceitas.

 

É justamente essa visão sistêmica da realidade que nos oferece amplas condições de navegabilidade num mar revolto em que o analfabetismo ambiental vem causando grandes estragos.

 

É muito feliz o pensamento – de autor desconhecido – que inverte uma antiga máxima do movimento ambientalista : “Mais importante do que cuidar do planeta para os nossos filhos e netos, é cuidar melhor dos nossos filhos e netos para o planeta”.

 

Não há dúvida de que a Terra atravessa um turbulento período de transformação, após o que, segundo os espíritas, deverá surgir um novo mundo, classificado como “de regeneração”, onde só aqueles que souberem respeitar e seguir certos princípios éticos terão a condição de permanecer.

 

Estejamos prontos para o que vier, reconhecendo a bênção da encarnação nestes tempos difíceis, especialmente quando nos encontramos aptos para o trabalho intenso e urgente em favor da vida.”